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Gonzaga recebe homenagem multicultural no Bairro do Recife

Bacamarte, maracatu e sanfona representaram ritmos cantados pelo Rei.
Programação continua ao longo de todo o dia na Praça do Arsenal.

Do G1 PE
Maracatu Nação de Luanda chegou logo cedo à Praça do Arsenal, no Bairro do Recife (Foto: Katherine Coutinho/G1)

Luiz Gonzaga cantou as alegrias e a tristeza de um Nordeste multicultural. Para homenagear o Rei do Baião, grupos culturais do estado se reuniram logo cedo nesta quinta-feira (13) - cem anos de nascimento do Rei do Baião - na Praça do Arsenal da Marinha, no Recife.

Representando o forró, 'inventado' por Gonzaga, aproximadamente dez sanfoneiros madrugaram, entre eles Duda Passira. Sem contar a idade, mas lembrando dos tempos em que esteve perto de Luiz Gonzaga, Duda afirma que toda festa é pouca para o Rei do Baião. "Ele não morreu, ainda está vivo na nossa cultura e ainda mais na nossa música. Sinto muita saudade dele, tenho certeza que ele adoraria estar aqui", conta Duda.

Além dos sanfoneiros, o Maracatu Nação de Luanda chegou logo cedo também. O mestre Antônio Roberto Nogueira era mais próximo dos irmãos de Gonzaga, mas nem por isso tem menos carinho pelo aniversariante do dia. "Eu não morava na casa dele por que tinha a minha", brinca Nogueira, ressaltando a importância do Rei do Baião para a divulgação da cultura. "Luiz Gonzaga mostrou ao Brasil o que é o xote, o maracatu, o baião. Todas as manifestações culturais do estado devem render homenagens a ele, porque foi Gonzaga quem levou nossa cultura para o resto do Brasil", defende o mestre.

Na festa para o velho Lua, não podia faltar um grupo de bacamarteiros para ser uma verdadeira alvorada e acordar a todos, avisando que é o dia de Luiz Gonzaga. Quem teve essa missão fora os Bacamarteiros de Abreu e Lima. O grupo conta com três mulheres no bacamarte, além dos homens - a tradição era de apenas homens dispararem as armas. "Eu me sinto muito honrada de poder fazer parte dessa festa. Ele [Luiz Gonzaga] gostava muito das coisas do Sertão, da cultura da gente", diz a bacamarteira Elaine Cristina. Fazaendo parte do grupo há cinco anos, Elaine conta que, apesar do forte coice do bacamarte, não vê dificuldades. "É só prática, não é difícil. Depois que você pega o jeito, é tranquilo", acredita a bacamarteira.

A programação continua ao longo de todo o dia, com sanfoneiros, quadrilhas e tudo que lembre um pouco o Rei do Baião. "A gente tem que marcar o dia do aniversário de Luiz Gonzaga com tudo o que tem direito. É como aquela música 'xote, maracatu e baião, tudo isso eu trago no meu matulão' que ele cantava, trazemos tudo isso. Ele levou os ritmos do Nordeste para o Brasil, a estética do sertão. Ele passou por todos os estilos e queremos mostrar essa variedade", explica o secretário executivo de Cultura de Pernambuco, Beto Silva.


Fonte: G1 PE



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